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As feministas nos seriados

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Não sei se vocês sabem mas esse blog aqui foi criado para uma disciplina do curso de jornalismo que eu, Isabella e Júlia fazemos.

Inicialmente eu queria escrever sobre feminismo, mas os dados foram rolando e acabamos escrevendo sobre seriados, mais leve, mais popular, mais “palatável”. Mas será que esse universos são tão distantes assim?

Pensando na minha necessidade em me expressar sobre o feminismo e adequando essa vontade a este blog, vou escrever um pouco sobre algumas personagens feministas em seriados.

Sem dúvidas a mais famosa feminista da televisão mundial é Lisa, de Os Simpsons. Inteligente e bastante madura para seus 8 anos de idade, Lisa está sempre questionando tudo e todos. Em um episódio, ao perceber influência negativa da boneca Malibu Stacy (uma especie de Barbie que ao ser apertada diz: Não me pergunte, sou só uma garota), Lisa criou sua própria boneca falante, Lisa Coração-de-Leão, que encorajava a mulher a ser inteligente e não só pensar em roupas e meninos. Além de defender as causas feministas, a pequena Simpsons também luta pelos direitos dos animais e das crianças.

Em Commander in Chief, de 2005, acompanhamos o dia a dia da  primeira presidenta mulher dos Estados Unidos, Mackenzie Allen (Geena Davis). Mackenzie é uma antiga congressista do estado do Connecticut e reitora da Universidade de Richmondo.
Ela é uma política independente, escolhida como vice por Teddy Bridges, candidato do partido Republicano. Em seu leito de morte Teddy pede à vice-presidenta que renuncie após a morte dele, pois sua candidatura a vice ocorreu apenas como modo de atrair o voto feminino. Ele não acreditava que ela fosse dar conta.
Mackenzie obviamente não o obedece. Ela era uma mulher decidida, que sabia balancear dilemas pessoais e decisões políticas.MEm vários episódios decisões tomadas pela presidenta são criticadas pelos homens que a assessoram, mais tarde, no entanto, são percebidas como certas.

Grace McCallister (Christine Lahti) é uma das personagens mais curiosas da teledramaturgia americana. Professora universitária, Grace é uma figura cheia de idealismos e paixão pela política. Radical com assuntos como religião e feminismo ela tenta encontrar o equilíbrio entre seu papel como profissional e a maternidade, que exerce sozinha, por escolha. Um episódio que marcou minha vida é um em que seu filho mais velho leva os pais da namorada fundamentalista cristã para um jantar em casa. Grace é educada, mas em certo momento o reverendo, pai da menina, começa a atacar os ideais políticos dela. Com isso a professora perde a postura e começa a colocar em questão o que pensa daquilo tudo.
Quando o filho vem reclamar que ela detesta os pais da namorada dele, ela diz: “Eu não os odeio. Eu odeio tudo o que eles representam”.

Há também bons exemplos de personagens feministas em obras brasileiras. Como exemplo cito as personagens do seriado Mulher, de 1998, que tratava de temas como , frigidez, aborto, eutanásia, violência contra a mulher e câncer. O seriado era lindo, eu adorava ver quando criança. Lembro de admirar muito as perssonagens da Eva Wilma e da Patrícia Pillar. Elas tocavam a clínica especializada em atendimento à mulher ao mesmo tempo que lidavam com o dono do local, um profissional com uma ética bastante duvidosa.

Outro seriado, mais recente e que ao meu ver também tinha um viés feminista foi Divã. O seriado é baseado no livro homônimo de Martha Medeiros e mostrava os conflitos e questões da protagonista Mercedes (Lília Cabral), uma coroa recém-separada, mãe de dois filhos já crescidos, que inicia uma jornada de autodescoberta.
Ela se envolve com um homem casado, depois com um garoto mais novo e começa a despontar como pintora. No fim, percebe que não precisa de homem pra ser feliz. É bem legal, talvez a personagem não seja uma feminista assumida como as outras que citei anteriormente, mas a mensagem que passa é positiva.